29 – Vida é Mudança (Quando as Nuvens Dançam – Reflexões de Quarta-feira)
Sabe quando vem o chamado da mudança? Tipo assim, se nada mudar, eu piro! Como se tudo tivesse estagnado. Uma sensação de não ter mais de onde tirar energia, de não saber como seguir em frente. Cada pequeno transtorno, uma tonelada, cada conflito, um drama. Convites para explodir no choro convulsivo da mais puríssima autocomiseração. Sem perceber, a pessoa afunda num fazer sem fim que adoece ou até mesmo mata, aos poucos ou rapidamente.
Alguns argumentarão que, para a maioria das pessoas, é muito difícil ter nem que seja um tempinho para respirar. E é assim mesmo. Sobreviver exige esforço e luta diários. Viver bem, então, é privilégio. Significa ter a capacidade cognitiva e física de reconhecer o que é necessário e ter as forças de lutar para não apenas funcionar e subsistir, mas para realmente existir como indivíduo que tem um tempo de vida limitado e um caminho a percorrer que é definido por suas próprias escolhas, melhores ou piores, conforme o que a consciência lhe permite. A subsistência garantida precede e depende, ao mesmo tempo, de entusiasmo, inspiração e paixão sempre renovadas.
Por mais difícil que pareça ser, muitas vezes basta mudar detalhes do cotidiano, formas de funcionar, horários a seguir, sequências do planejamento. Outras vezes, queremos mudanças mais profundas. As reavaliações acontecem em momentos de silêncio, passeios na natureza, escrevendo ou fazendo arte, escutando música, em pequenos ou grandes retiros, viagens, cursos, terapias. As opções, variadas, costuradas cuidadosamente no tecido do cotidiano, movem o mundo… E movimento traz vida.