(Quando as Nuvens Dançam – Reflexões de Quarta-feira)
A menina sou e não sou eu, existe e não existe mais. Tudo mudou, nada mudou. Dentro do paradoxo, ela nunca para de sonhar. Atrás de mim e à minha frente, tantas perguntas sem resposta.
A minha menina não sabia. Aonde eu ia chegar, quantas chuvas e quantos sóis eu ia enfrentar. Ela não conhecia a diferença entre sonho e ilusão. Eu também não conheço, não exatamente. Mas sei que tem uma diferença.
Despi as certezas, soltei muitos pesos, abracei as dores. Algumas, pelo menos. Demorou, mas aprendi a relevar, porque de pesada já basta a ignorância inevitável que temos que carregar.
Aprendi a desaprender. A conviver com espaços vazios sem me desesperar. A curiosidade cresceu, casou-se com o espanto, sobreviveu a inconsequência, se elevou rumo ao infinito.
A tristeza se abriu como um véu que se levanta. De repente e aos poucos, no mistério do instante, o amor se faz cada vez mais presente.
E hoje vejo, no caminho trilhado, nos frutos colhidos, nos outros plantados, no olhar da menina, a semente.
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