Faltam dois dias para o seu aniversário, que será oito dias depois do aniversário de oito anos de nosso filho. São 21 anos juntos. Meu Deus, 21 anos! Eu tinha 30 quando nos encontramos em cima daquela ponte em Paris, você tinha 25. Agora, bem, basta fazer as contas. Números, números, e nada que explique ou expresse a imensidão de cada dia, cada semana, cada ano passado juntos. Os momentos lindos, que passam sempre rápido demais, os momentos difíceis, que parecem não passar nunca, e os momentos intermediários, onde a vida vai sendo tecida com seus pequenos encantos e desencantos, aventuras, descobertas e desafios diários. Nesses anos todos, houve várias pequenas e algumas grandes mortes, seguidas de intensos renascimentos. Só para citar duas delas, que realmente mudaram tudo: a nossa peregrinação a Santiago de Compostela e o nascimento de nosso filho. Fomos descobrindo na prática algo que inicialmente sabíamos na teoria: que o relacionamento é, também, um caminho espiritual. Conseguimos manter a visão do sonho até mesmo e especialmente quando estávamos atravessando os momentos mais dolorosos. Incrível, não é mesmo?
Quando paro para pensar, me pergunto: como fizemos isso? Como nutrimos essa fé? Como soubemos, em meio às tempestades, que o sol voltaria a brilhar e por que apostamos tudo que tínhamos, por que achamos que valia a pena esperar juntos por ele? Como com tudo que exige fé, sabíamos que no relacionamento tampouco havia nenhuma garantia. Vivemos uma série de tentativas e fracassos e alguns sucessos ao longo do caminho. Acho que a palavrinha mágica entre nós foi justamente essa: nutrir. Foi dos pequenos detalhes que nosso amor se alimentou, como foram também eles que muitas vezes quase o destruíram. Ainda assim, mantivemos a disciplina e a prática de buscar diariamente enxergar o outro em sua melhor versão, sem ignorar o resto, que precisava ser trabalhado, pelo menos enquanto houvesse o desejo de ambas as partes de permanecer juntos. Foi assim que fomos abrindo espaço para a magia do amor poder se manifestar e seguimos fazendo isso, de novo e de novo, dia após dia. Foi assim que caminhamos até aqui, eu e você, sempre nos renovando, sempre voltando a nos buscar a cada vez que nos perdíamos.
Obrigada por cada dia dessa nossa épica aventura. Obrigada por me dizer “eu te amo” várias vezes por dia, como se fosse um mantra, só para me lembrar do que realmente importa. Obrigada por me massagear quando estou doendo, por cozinhar para mim quando tenho fome, por amar e cuidar tão bem de nosso filho, por gostar de fazer compras (já que eu detesto), por tocar e cantar para nós todos os dias, por abrir janelas de sonho com cada um de seus quadros, por suas risadas irresistíveis, que iluminam o nosso mundo, por seu coração de menino, que nunca deixa de acreditar nos sonhos, por sua força de guerreiro, sempre disposto a lutar por amor. Obrigada por estar disposto a mudar o que não funciona e querer sinceramente melhorar o que nos faz bem, por se esforçar diariamente para ter mais paciência e gentileza e carinho, especialmente diante das situações difíceis e irritantes. Obrigada também pelas sessões de beijinhos e abraços e cócegas, em família, sem as quais os dias não teriam o mesmo sabor. Você é o cara. Te amo, te respeito, te admiro.
Para quem quiser ler o livro de nossa peregrinação, clique no link:
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