Educar uma criança nos faz revisitar vários conceitos, questionar muitas ideias que nunca questionaríamos caso não estivéssemos nessa situação. O que é realmente educar? Como motivar e inspirar um pequeno ser humano de modo que ele queira aprender? Como será que eu fui educada e motivada? Como o meu processo poderia ter sido melhor? O que eu faria diferente com minha própria educação se pudesse voltar atrás e como posso proceder hoje para não repetir o que não funcionou, ainda que seja a única coisa que sei fazer, pois foi o que aprendi e é familiar para mim? Será que minhas certezas correspondem à verdade ou será que não investiguei a realidade o bastante?
Vou avançando e percebo hoje que educar uma criança é, antes de tudo, se reeducar. Coloquei a mão na massa, me debrucei sobre assuntos que antes nunca me preocuparam muito, como: educação socioambiental, comunicação não-violenta, neurociência, psicopedagogia, inovação, ética, e por aí vai, a lista é grande. Nesse caminho, ficou claro algo que eu já sabia, mas que nunca tinha importado tanto quanto no exercício da maternidade. Relembrando a minha própria educação, familiar e escolar, observando as famílias e escolas ao meu redor, entendi visceralmente que, por mais que sejamos “civilizados” e nossa tecnologia seja “avançada”, perpetuamos ainda formas muito agressivas de nos relacionar com os outros e recriamos diária e automaticamente uma sociedade extremamente violenta.
Por que fazemos isso? De onde vem tanta violência? Os estudiosos chegaram à conclusão óbvia que há uma predisposição genética para a agressividade, mas insistem que a maneira como ela se manifesta, como ela se expressa, é transmitida pela educação e pela cultura. Quando olhamos para a educação e para a comunicação em geral com mais atenção, como as crianças são tratadas, o sistema arcaico em que ainda são inseridas e o mundo que ele reproduz, percebemos que os fundamentos de nossa sociedade estão apodrecidos e ultrapassados, já não servem mais, não nos ajudam absolutamente na tarefa urgente de criar um mundo mais sustentável para as próximas gerações.
Para mudar, para aprender de uma forma criativa e inovadora, precisamos de coragem, curiosidade, alegria, motivação, ousadia, de muito amor, enfim. As famílias, as escolas, as políticas vigentes, raramente proporcionam isso porque não vivem isso, não são nem sabem ser assim. Por outro lado, por mais difícil que a mudança pareça ser, há um chamado ecoando em todas as partes, nos convocando a ousar, a questionar, a não nos curvar mais ao que não faz sentido. É como um alarme tocando no fundo da nossa consciência, nos incitando a despertar, nos informando que a hora chegou. Hora de mudar padrões de comportamento, hábitos herdados e pensamentos defasados. Ainda que poucas, são muitas as pessoas que reconhecem essa necessidade e buscam uma nova forma de ser. Os passos são nossos. Somos nós que fazemos os caminhos.
#educar, #dentro, #questionar, #refletir, #buscar, #caminhos, #motivar, #reeducar, #educação ,#nãoviolência, #urgência, #sustentabilidade, #sociedade, #mundo, #novo, #diferente, #ousar, #coragem, #criatividade, #despertar, #reconsiderar, #vida, #ser, #reflexão, #escrever, #texto,