26 – A Força do Silêncio (Quando as Nuvens Dançam – Reflexões de Quarta-feira)

Como é bom acordar no silêncio

Abrir os olhos: olhar, sentar, respirar

Ouvir os pássaros a cantar

Ver como a luz incide 

Entre galhos e folhas e flores

Silenciar na contemplação 

Do que se sonhou dormindo 

E contemplar o sonho acordado

Colher um pouco de silêncio 

Colher um tanto de agrado 

Trazer na alma aromas 

Ao longo do dia, a sinfonia

Da beleza e delicadeza

Da vida e sua grandeza

Vestir das cores a luz 

Vestir todo o encanto

E levantar escudos da calma 

Para poder enfrentar o pranto

De mergulhar na dissonância

Na agonia incessante 

Na ansiedade, hiperatividade

Da prisão do dia a dia

Na angústia e na apatia

Dos que não cultivam a alma

Dos que já não sabem sonhar

Sem afundar, desesperar, se afogar,

Sem perpetuar, a tristeza, a falta de empatia

Sem a cacofonia, do colapso que avança

Sem a falta constante, essa falta que tanto cansa

A falta de dança, de senso de humor,

De leveza, de vida mansa

O suave esplendor, 

Da nobreza sem arrogância

Enfim, a falta crônica de amor

E a urgência, a emergência,

De ajudar, mudar, irradiar

Levantar, lutar, sim! Lutar!

Pelo raio de sol que nos cabe

Pela alegria que abre e expande

Pela visão maior que ampara

Pelo momento que nos é dado

Precioso, inusitado, eternamente sagrado

Agora