
Sol brilha, verde brilha
Verde, verde, quem te tem
Igreja-raiz, que respira
Em meio à ira, que destrói
Pássaros voam, filhotes piam
Animais se penduram e pululam
Nos galhos que perduram na
Esquina do concreto, onde
Avançam reto, morte e vazio
Telas e nós, quase robôs
Pivôs programados, adormentados
Acinzentados e atormentados
Atenção e tempo: comprados
E ainda, no entanto,
Vagas verdes sensações
Emoções vastas, a aflorar
Tentando, precisando lembrar
O que toca, ainda, toca, fundo
Música do sonho a sonhar
Recordar, o chamado mais profundo
Mundo ainda desejado, às
Pessoas: Que busquem o momento!
O sentido, o encantamento
Que despertem e escutem!
Da dor, o alerta supurante
Da esperança, o canto retumbante
Novo dia, invencível alegria
Sacro ofício, trabalhar – pela vida
Não contra ela, não apesar dela
Ser: verdadeiramente humano
Vela inspiradora, altar ativo
Razão que sente e transcende
Não mais indigna, indiferente
Finalmente existir, em oração
Em ação real, edificante
Pelos próximos e distantes
Pelos que choram, lá fora
E aqui dentro, com eles
Um só coração pulsante
Para eles, para nós
Por todos nós: decidir
Resistir, levantar o canto
Suave, firmemente
Estar presente