4 – Em Tempos como Esse  (Quando as Nuvens Dançam – Reflexões de Quarta-feira)

Em tempos como esse, é preciso falar. Pode ser que não faça diferença, mas se todo mundo pensar assim, realmente não fará. O que me faz seguir caminhando, é sentir que faço parte do mundo. Estou no mundo e ele está em mim. E o mundo está queimando. Vocês estão sentindo? Quando o mal é banalizado e chega abertamente aos gestos e às palavras dos governantes, semeando o terror e a discórdia, quando novos imperadores e oligarcas sobem ao poder e desprezam a miséria humana, é preciso que as pessoas se levantem e digam não. Quando figuras públicas fazem saudações óbvias àqueles que glorificam holocaustos, é imperativo dizer não. Quando empreendimentos desconsideram e devastam toda a vida em nome de lucro, é preciso dizer não. Estamos sendo cozidos vivos em um mundo de informações discordantes em que a verdade já não existe. A dor é tanta que já não a sentimos. Cegos para a natureza que queima, surdos para os gritos dos que padecem, mudos diante do sofrimento generalizado. Sofrimento que arde em nós, pois não tem para onde fugir. Nero riu ao ver Roma pegando fogo, e hoje há aqueles que riem enviando foguetes a Marte, há aqueles que batem palmas para quem segrega, mata e destrói, indiferentes à dor alheia. Sim, é assustador, não tem como não ver que algo está muito errado. Não é exagero, é o próprio movimento do desespero orquestrado. Como um jogo de dominó em que as pedras que caem levam todas as outras à queda, não carece ser visionário para entender aonde isso vai dar. Ainda assim, e por isso mesmo, em tempos como esse, é preciso tomar coragem, levantar a voz e falar.

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