38 – Hora de Agradecer (Quando as Nuvens Dançam – Reflexões de Quarta-feira) 

Este ano não consegui ainda parar para, além de dar as boas-vindas, me apresentar a todos que chegaram aqui nos últimos meses e não me conhecem. Antes de tudo, como não pode deixar de ser, tenho que agradecer novamente: muito, muito obrigada pelo apoio de todos vocês que me seguem, compartilham meus textos, compram, avaliam e recomendam meus livros. Vocês são demais! Graças a vocês, encontro forças em meio aos muitos vendavais e desafios do cotidiano, sem cobrar demais de mim, mas também sem desistir no meio do caminho. 

Quem sou eu? É uma pergunta que eu também me faço. Aqueles que estão comigo há tempos sabem que tenho muito mais perguntas do que respostas. Por isso, nunca consegui me definir como uma coisa só. Peregrinar pelo mundo exterior e interior é o que gosto de fazer. Tudo que fiz foi com esse espírito de constante aprendizado e descoberta. Não cheguei a lugar algum, mas passei por muitos lugares. E continuo passando. Mulher-árvore, peregrina, esposa, mãe, filha, irmã, amiga, pensadora, escritora, poetisa, tradutora, bruxa, cuidadora, tarô-terapeuta, ritualista, ativista, fundadora de ONG, aprendiz e tecelã de cada instante… Sonhar é minha sina e meu privilégio. No final das contas, sou simplesmente humana. 

As coisas não têm sido exatamente fáceis nos últimos tempos. A vida arrebata, seja nos momentos silenciosos em que estendemos uma mão para quem está precisando, ou em outros, em que estamos perdidos e enfraquecidos e a mão estendida de alguém surge diante de nós. Ainda bem que os limites e as medidas vão se perdendo. Sigo caminhando na escuridão, o tempo não curou minha cegueira. Escrever me salva. Escrever me cura. É o que dá a liga aos dias, aonde gosto sempre de voltar. A tela em branco me engrandece, espaço vasto que não sei nem quero explicar, vazio e cheio do espanto das pequenas imensidões da vida. Espero não ter que parar nunca.

A verdade é que não faço a mínima ideia do que estou fazendo aqui. Ao mesmo tempo, às vezes parece que está tudo certo. Nunca precisei tanto de uma comunidade, de pessoas que sentem e pensam comigo, e acho que não sou a única que está se sentindo assim. Envio muito amor a todos vocês. Tenho mergulhado a fundo na minha própria humanidade e, ao mesmo tempo, fui tragada por ela. Sobrou pouco ou quase nada de mim, meu tempo se esfacelou e virou um mosaico daqueles, pessoas e projetos, que amo. Por isso, cada momento de escrita acabou se tornando uma conquista, o tesouro raro e sublime que ilumina as noites escuras da alma. É na poesia do instante que me lembro que ainda existo. Lanço meus sentimentos e pensamentos no oceano e recebo infinitas vezes mais do que dou, em amizades, oportunidades, surpresas, no carinho sempre inesperado e imensamente precioso de quem, de uma forma ou outra, me lê. 

E você, que está aqui comigo agora, quem é você, me conta um pouquinho? Eu adoraria saber um pouco sobre sua vida, o que ou quem trouxe você até minha página, como está se sentindo agora, nesses tempos loucos, terríveis e magníficos.

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